domingo, 14 de novembro de 2010

CONVERSA DE PESCADOR - É HORA DE FAZER BARULHO!

Cinco pães e dois peixes: O milagre da multiplicação

Uma época realizei um trabalho de Educação Ambiental com a comunidade pesqueira da Bacia de Campos para o licenciamento da atividade de sísmica naquela região. Este trabalho foi muito gratificante, pois conheci uma grande quantidade de pescadores, chefes de colônias, donos de barcos, marisqueiras e seus filhos, que nos encontramos durante doze meses sistematicamente.
Foi um trabalho árduo, com pessoas muito bacanas e competentes, mas a realidade daqueles pescadores era muito dura.
Pescaria Artesanal para sustentar mulher e filhos não é fácil, precisa de muita dedicação, muito conhecimento  empírico e muita, muita força física. Onde quase a totalidade desejava que o filho não seguisse na profissão e tivesse um futuro melhor.
De quem está de fora um trabalho nobre, belo, cativante e mágico. Por todos os aspectos: as redes, as técnicas, as estórias, os sofrimentos, os sufocos, as pessoas. As pessoas destas ninguém esquece. Pessoas simples, acolhedoras e amigas de verdade. Como não se encontra mais fora do litoral.
Mas estas dificuldades do ofício, não poderia ser comparada as humilhações que as chamadas "Colônias de Pescadores" os impõem. São desassistidos, abandonados, mal tratados e tudo de ruim que se possa imaginar.
Pôr que isto me vem à cabeça agora? Quando vi a matéria sobre o "Auxílio Defeso" do Governo Federal que pessoas que nunca pescaram estariam recebendo, percebi que esta realidade é muito pior do que imaginei. 
Ouvi relatos que os presidentes das Colônias concediam benefícios a parentes e amigos e para os pescadores a burocracia era tanta, que os mesmos desistiam.
Senhores Promotores, tenham sucesso, pois deste sucesso dependem milhares de famílias de pescadores do país inteiro, muitos de águas de interiores, que são mais desorganizados naturalmente. Senhor Ministro do Trabalho procure informações nas praias do Brasil inteiro, temos muito a fazer pelos nossos pescadores artesanais e talvez esta seja a grande oportunidade de fazê-lo.
 Amigos pescadores é hora de fazer barulho!!!

Quem nunca pescou não pode tirar o sustento de quem vive de por pescado em nossa mesa!!!!

HOJE É DOMINGO...

as sandálias estacionadas na porta da sala


Hoje é domingo e o dia começa diferente; adrenalina, sofrimento, alegrias, tensão e por fim... a seleção brasileira feminina de voleibol é derrotada na final. Quem viu o jogo contra o Japão não acreditava que pudesse acontecer, mesmo sendo contra a Alemanha.


A cabeça pairava distante... sem piso e sem teto, o olhar fitado nas gotas da chuva que caiam mole e invernizavam as folhas da bananeira do jardim, e que daqui, da poltrona da sala, parece estender-me a mão, como se pudesse ver o filme que passa em minha cabeça.

O cheirinho do café vai trazendo lentamente os pensamentos de volta para a realidade... o bolo de laranja está uma delícia, arte de Vitória Albuquerque. Não teria nada melhor para aprumar as idéias e por a vida em odem nesta manhã de domingo.

Bom... depois do café e passado o desespero, vejo o quanto foi bonito o jogo... o quanto as meninas se dedicaram e o tão pouco faltou para esta primeira vitória em um mundial. Fica adiado por mais quatro anos, mas foi lindo. Parabéns a toda a comissão.

Moreno vem, traz bananas, maçãs, melância, uvas e brinca de homem elástico, homem de fogo, toma café...e a vida vai seguindo em frente... como se nada tivesse mudado... um mundo cheio de mundos...

Domingo eu quero ver o domingo passar.... (Titãs) 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

PAIS E FILHOS - UM AMOR QUE TRANSFORMA II

(entendi melhor não postar o vídeo)
Recebi hoje um vídeo com um pai flagrado pela mãe, torturando um homenzinho de dois meses. Como postei recentemente as relações de carinho e afeto entre pais e filhos, comecei a me perguntar o que poderia estar errado e como se pronunciar diante da contestação natural do cotidiano.
Primeiro queria destacar a capacidade da pediatra que em um primeiro atendimento diagnosticou a fratura de clavícula do bebe, em segundo destaco a capacidade de comunicação entre mãe e filho e fico imaginando em que linguagem se comunicaram com tanta precisão. Em terceiro destaco a coragem e a determinação desta jovem, que filmou em um “celularzinho velhinho” como ela mesma afirma e flagrou o pai da criança, que voluntariamente cuidava do bebe, nas poucas horas em que ela precisava trabalhar em um trabalho alternativo, com uma carga horária bastante flexível.
As cenas são fortes e os questionamentos maiores... Quais as motivações? Que culpa carrega este menininho? Quais seriam os objetivos do pai? Enfim... Não consigo encontrar algo, por mais absurdo que seja, para justificar tamanha violência contra um “incapaz” de gritar, de falar, de se desculpar, de acusar, de se rebelar, de se defender... “incapaz”...
Que capacidade tem este pai...
Que capacidade teve esta mãe...
Sejamos capazes de perceber, de ajudar, de denunciar...
Crianças merecem amor, carinho, afeto e muito, muito respeito.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

PAIS E FILHOS - UM AMOR QUE TRANSFORMA


Pedro e Gabriel
Pais e filhos - Amor incondicional
Somente ontem deixei minha casa para assistir ao filme mais badalado da temporada - TROPA DE ELITE II - e percebi que os laços existentes entre pais e filhos são mais fortes que qualquer "sistema" social. Capitão Nascimento decide lutar contra tudo, que até então era suportável, quando seu filho se torna vítima da sua própria natureza. Lutar contra tudo e todos por um filho, é o que observo em muitos relatos e fatos do cotidiano da população, somos mesmos assim. Não queremos nossos filhos feridos, humilhados, desprezados, ameaçados e etc... defendemos nossos filhos como animais que defendem as crias instintivamente. O que oferece perigo a nossos filhos, evitamos. Quem beija meu filho, minha boca adoça! diz o ditado popular e o filme de forma indireta sinaliza isto. Parabéns aos roteiristas, diretores e atores, que dentro de um cenário adverso, aponta que, a família, talvez, seja ainda, o que nos faz lutar contra as distorções da sociedade contemporânea.
O que desejo é que nossos filhos não precisem sempre serem atingidos, para depois nos mover-mos.